quarta-feira, 5 de fevereiro de 2014

Ensino de Cultura Afro-brasileira

   Ensinar História e Cultura Afro-brasileiras e africanas não é mais uma questão de vontade pessoal e de interesse particular. É uma questão curricular de caráter obrigatório que envolve as diferentes comunidades: escolar, familiar, e sociedade. O objetivo principal para inserção da Lei é o de divulgar e produzir conhecimentos, bem como atitudes, posturas e valores que eduquem cidadãos quanto à pluralidade étnico-racial, tornando-os capazes de interagir objetivos comuns que garantam respeito aos direitos legais e valorização de identidade cultural brasileira e africana que contribuem para a formação da identidade cultural brasileira.
   Segundo Lima (2006) Não há receitas prontas, não existe um “como fazer”, e por isso percebe-se a necessidade de muitos espaços de reconhecidos como “intelectuais”, mas com os movimentos sociais. Não podemos, a despeito da exigência da lei, sair repassando nas nossas salas de aula informações equivocadas, ou tratar o tema de uma maneira folclorizada e idealizada. Esse é um grande temor: repetir modelos para fazer com que esses conteúdos curriculares fiquem parecidos com os que já trabalhávamos ao tratarmos da História e da discussão e troca intelectual – e não apenas entre as contribuições culturais comumente estudadas é um caminho fácil e perigosíssimo. São temas diferentes e sua abordagem necessariamente deve ser diferenciada. (LIMA, 2006, p. 47)
   O principal problema encontrado no processo de ensino e aprendizado da história africana, não é o seu grau de complexidade, é sobre tudo, relacionado aos preconceitos referentes a informações desinformadas sobre a África. Por vezes informações de caráter racista, preconceituosas, brutalmente erradas, extremamente alienantes e fortemente restritivas. A imagem do africano na nossa sociedade é a do selvagem, acorrentado à miséria. Estereótipo construído pela insistência que procura representar o território africano como a terra da miséria, da pobreza, dos homens nus e dos escravos.

LIMA, Mônica. Saberes e fazeres, v.1: modas de ver, Como os tantãs na floresta. - Rio de Janeiro: Fundação Roberto Marinho, 2006. p. 40/49.

Nenhum comentário:

Postar um comentário