Ensinar História e Cultura Afro-brasileiras e africanas não é mais uma
questão de vontade pessoal e de interesse particular. É uma questão curricular
de caráter obrigatório que envolve as diferentes comunidades: escolar,
familiar, e sociedade. O objetivo principal para inserção da Lei é o de
divulgar e produzir conhecimentos, bem como atitudes, posturas e valores que
eduquem cidadãos quanto à pluralidade étnico-racial, tornando-os capazes de
interagir objetivos comuns que garantam respeito aos direitos legais e
valorização de identidade cultural brasileira e africana que contribuem para a
formação da identidade cultural brasileira.
Segundo Lima (2006) Não há receitas prontas, não existe um “como fazer”,
e por isso percebe-se a necessidade de muitos espaços de reconhecidos como
“intelectuais”, mas com os movimentos sociais. Não podemos, a despeito da
exigência da lei, sair repassando nas nossas salas de aula informações
equivocadas, ou tratar o tema de uma maneira folclorizada e idealizada. Esse é
um grande temor: repetir modelos para fazer com que esses conteúdos
curriculares fiquem parecidos com os que já trabalhávamos ao tratarmos da
História e da discussão e troca intelectual – e não apenas entre as
contribuições culturais comumente estudadas é um caminho fácil e perigosíssimo.
São temas diferentes e sua abordagem necessariamente deve ser diferenciada.
(LIMA, 2006, p. 47)
O principal problema encontrado no processo de ensino e aprendizado da
história africana, não é o seu grau de complexidade, é sobre tudo, relacionado
aos preconceitos referentes a informações desinformadas sobre a África. Por
vezes informações de caráter racista, preconceituosas, brutalmente erradas,
extremamente alienantes e fortemente restritivas. A imagem do africano na nossa
sociedade é a do selvagem, acorrentado à miséria. Estereótipo construído pela
insistência que procura representar o território africano como a terra da
miséria, da pobreza, dos homens nus e dos escravos.
LIMA, Mônica. Saberes e fazeres, v.1:
modas de ver, Como os tantãs na floresta.
- Rio de Janeiro: Fundação Roberto Marinho, 2006. p. 40/49.
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